Porto

Sou uma pessoa que acredita na vida e no que as situações podem nos ensinar. Pois bem, se pensasse o contrário, minha experiência no Porto seria um desastre!

E vamos à minha saga nas duas primeiras horas no Porto…

Aluguei um apartamento através do airbnb na Ribeira. As fotos do site mostravam um apartamento com parede em pedra e uma sacadinha pendurada no Rio Douro. Não via a hora de me sentir uma moradora da cidade e ainda ter aquela vista! Doce ilusão… o táxi que me deixou no apartamento não pode entrar na rua, então me deixou a poucos metros do local (isso foi o de menos). Assim que entrei no prédio já senti o cheiro de madeira antiga (ok! A Ribeira é uma zona antiga e tombada!). Abri a porta do apartamento. A parede em pedra existia de fato e a sacadinha também, porém, a parede oposta era de madeira – e veja bem, nada contra uma arquitetura antiga, a questão é que fica abafado e o cheiro de fritura vindo do restaurante abaixo, impregnava o apartamento, impedindo que eu abrisse a varandinha e tivesse a tão esperada vista do Rio Douro. Aquela situação foi me dando um desespero que sentei na mesma hora e comecei a procurar um hotel pela internet. Achei! E 12 minutos a pé estava eu na recepção do hotel para conhecer o quarto e fechar o último quarto vago (detalhe.. eram 09:30 da noite). Voltei para o apartamento, arrumei o pouco que eu havia tirado da bagagem, rumei para o hotel e tive uma noite agradável, sem cheiro de fritura e decoração novinha e clean!!!

Pronto… a partir daí, pude abrir meu coração para conhecer uma cidade peculiar. Que está modernizando aos poucos a parte antiga e principalmente a zona da Ribeira.

 

Rio Douro com a ponte D Luis I

 

Para mim, Porto está para o Rio de Janeiro, assim como Lisboa para São Paulo. Tem gente que acha o contrário, OK! Tudo certo! Mas a Ribeira cheia de bares e um ar meio “underground”, me lembrou muito o centro do Rio de Janeiro.

É possível conhecer o Porto e Vila Nova de Gaia a pé. Porém, preciso dizer que você precisa gostar de andar e de subir e descer. Para tudo quanto é lado tem ladeira. Mas não se apavore… devagar e sempre se chega longe ou se preferir, o UBER funciona bem no Porto.

 

O que eu fiz

Zona da Ribeira – às margens do Rio Douro, a Ribeira é cheia de restaurantes e bares. Música ao vivo nos bares, algum grupo de capoeira (É sim! Eu passei por um quando estive lá) e uma vida noturna bem ativa. Achei um pouco escura, um ar meio underground na minha opinião. De dia é outro clima. Várias pessoas se exercitando pela manhã, grupos de turistas em suas bikes, outros grupos embarcando nos inúmeros cruzeiros – tanto de pouco tempo quanto aqueles que vão até às vinícolas. No final de semana, o Rio Douro fica cheio de atletas de canoagem e outras pessoas amantes de esportes aquáticos. Além disso, é das margens do Douro que se tem uma vista super bonita da Ponte D. Luis I.

 

 

Sé do Porto, Paço Episcopal e Pelourinho – A Sé do Porto, com arquitetura romano gótica, data da metade do século XII finalizando no século XIII. Porém, sofreu grandes remodelações durante o período barroco. Para quem gosta de arte sacra, arquitetura e ainda um pouco da história cristã contada em azulejos, vale a pena uma visita nesta, que é um dos monumentos mais antigos de Portugal. O Paço Episcopal é a residência dos bispos do Porto e está situado à esquerda da Sé. Para quem conhece o Mosteiro de São Bento em São Paulo (Brasil) verá algumas semelhanças. Em frente à Sé está o Pelourinho, coluna colocada pela Câmara Municipal do Porto no século XX após reestruturação da zona ao entorno da Sé. Esses 3 monumentos estão localizados em uma praça chamada Terreiro da Sé.

 

 

Estação de São Bento – Estação de trem com uma arquitetura muito bonita! Mas o que chama a atenção são os grandes painéis de azulejos contando pedaços da história de Portugal como a Conquista de Ceuta e outros.

 

 

Torre dos Clérigos – É possível visitar a Torre, o Museu e a Igreja. No meu caso, preferi somente a Torre. Embora para chegar lá, você passa pelo museu e acaba vendo a igreja através dos balcões.

Eu sou meio aficionada por subir torres. A dos Clérigos não é uma das mais altas, mas seus 225 degraus que começam largos e fáceis de subir, no final afunilam e se você for em horário de pico, tenha paciência para esperar uma quantidade de gente descer para você subir e vice-versa. Mas tudo isso compensa! A vista é de 360 graus e será possível identificar vários pontos turísticos lá de cima.

Em épocas especiais a torre fica aberta para visitação até às 11:00 pm. Verifique no site.

 

 

Café Majestic – Construído em 1921, esse café retratava a Belle Époque dos escritores e artistas do Porto. Palco de debates de ideias e de ordem política naquela época, o café continua tendo seu charme arquitetônico, mas é um lugar MUITO procurado para um café, o que o torna um pouco barulhento para os mais incomodados e mais caro do que deveria. Mas… OK… Se você quer curtir, vale a pena!

Curiosidade: o café é tão famoso, que vários presidentes já passaram por lá, inclusive nosso ex presidente Dr. Jucelino Kubitschek. Parece que inspirador também, pois J. K. Rowling ficava horas no Café enquanto escrevia seu livro “Harry Potter e a Pedra Filosofal”.

 

Detalhe da arquitetura no Café Majestic

 

Capela das Almas – Também conhecida como Capela de Santa Catarina, essa construção é revestida de azulejos que contam a história de Santa Catarina e de São Francisco de Assis que só por isso, já vale passar por ela para ver essa obra de arte.

 

Capela das Almas

 

Livraria Lello –  Dizem que é a 3ª livraria mais bonita do mundo. Mas perdi a chance de conferir se era bonita mesmo! E aqui vai uma dica se você quiser conhecer a livraria que inspirou J. K. Rowling a criar a biblioteca de Hogwarts: vá durante a semana e no primeiro horário!! Se você estiver por lá somente no final de semana e fizer muita questão de conhecê-la, tente pelo menos chegar o mais cedo possível para evitar pegar uma fila muito grande. O valor do ticket será abatido na compra de um livro.

 

Ponte D. Luis I – A mais famosa ponte do Porto, liga a cidade à Vila Nova de Gaia. Em si já é uma atração sendo construída em 1886 com a colaboração de um dos alunos de Gustave Eiffel. O acesso à ponte se dá pela parte antiga do Porto (ou Vila Nova de Gaia se você estiver do outro lado!), mas se você estiver na Ribeira, você poderá subir pelo funicular da Ribeira que fica pertinho da ponte.

 

Ponte D. Luis I

 

Vila Nova de Gaia – em frente ao Porto e separada pelo Rio Douro está Vila Nova de Gaia. Aqui duas atrações chamam a atenção: as Caves de Vinho do Porto e o Teleférico de Gaia.

São várias Caves para se marcar uma degustação, porém, as mais indicadas inclusive por locais são: Ferreira, TaylorCalém e Graham’s.

Já o Teleférico, lhe dá a melhor vista do Porto! Dá para entender, né?!

 
Onde comer

Ikeda – Restaurante japonês seguindo uma linha mais tradicional. Sakê de primeira, sashimis e sushis muito bem preparados, assim como as guiozas. Para quem gosta de carne japonesa, lá eles servem o wagyu muito bem feito. Eu tive a sensação de ser a única turista.

 

Comemos algumas vezes no restaurante do hotel, pela comodidade mesmo. Se você se hospedar no Eurostars Porto Douro, recomendo o restaurante para pequenos lanches.

 

Onde ficar

Como comentei no início, primeiro havia pego um apartamento através do airbnb na zona da Ribeira. E me arrependi. Por isso, veja direitinho a localização, se fica em cima de restaurante, se tem ar condicionado ou não, etc.. Se você gosta de ficar em apartamentos, no Porto é tudo perto, por isso, talvez seja interessante pegar um apartamento melhor e um pouco mais afastado.

 

Acabei ficando no Eurostars Porto Douro. Tem uma ala que foi reformada recentemente e tem uma decoração bem clean. O quarto é de bom tamanho e tem uma pequena cozinha. O café da manhã é bom. O atendimento de todos é muito cordial. O hotel fica a poucos metros de caminhada do Funicular da Ribeira, a 15 minutos a pé da estação de São Bento e se você for esportista ou gostar de uma caminhada matinal, aproveite o calçadão do Rio Douro logo em frente.

 

Até logo!!

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