O Vale do Loire é conhecido por “Região dos Castelos“, “Jardins da França“, “Região mais romântica da França“, entre outras tantas que, se eu continuasse pesquisando, daria mais umas cinco denominações. Então, darei a minha, ok?!
Para mim, o Vale do Loire é uma região belíssima, como muitas que já vi. O que a diferencia é a quantidade de castelos por m2 (com suas devidas proporções!). São mais de 300 na região.
É uma ostentação de riqueza e de poder tanto de reis quanto de nobres. Quem sai ganhando com isso tudo somos nós com um vasto exemplo de arquitetura e jardins que remontam anos e anos de história.
Fazem parte do Vale do Loire as cidades históricas de Amboise, Angers, Blois, Chinon, Nantes, Orléans e Tours. Cidades pequenas, calmas, bonitinhas e charmosas.
Desde 2000 a região é considerada pela UNESCO, patrimônio mundial.
Como chegar
Resolvemos alugar um carro em Paris. Chegamos na estação de trem e pegamos o carro ali mesmo. São 2h e pouquinho até Amboise – cidade que escolhemos como base. O GPS te leva direitinho e as estradas são muito boas.
Mas antes de dar tudo certo, passamos por alguns percalços – que eu vejo sempre como um aprendizado e uma forma de ajudar os outros a não passarem pela mesma situação!
1o – O GPS estava em francês. Para quem só aprendeu o básico da língua, ser guiado por um GPS falando francês não rola! Até alguém descobrir como configurava outra língua no GPS, demoramos 30 minutos para sair do estacionamento da locadora.
2o – O trânsito louco de Paris, principalmente no final da tarde. Pois é, só conseguimos sair de Paris por volta das 05:30pm. Pegar trânsito em São Paulo (minha residência) e pegar trânsito nas férias, ninguém merece!
3o – Cartão de crédito para pagar pedágio. Já havia lido sobre isso, mas não dei a devida atenção. Não sei porque os nossos cartões não funcionam nas máquinas de pedágio da Europa. Aí vocês me perguntam… mas vocês não tinham dinheiro? Sim, tínhamos. O problema foi o seguinte… Existem as cabines que aceitam dinheiro e as cabines que aceitam cartão ou “passagem automática”. Só que as figuras que indicam que é dinheiro, não são moedas nem notas, o que acabou me confundindo e entrei na cabine errada. Conclusão, uma fila IMENSA de carros atrás de mim :-P. E não parou por aí… depois de acionarmos o botão de emergência, a moça que trabalha no pedágio não falava inglês. Tive que relembrar todo o francês que aprendi a 30 anos atrás, para entender o quanto teríamos que pagar. Aí ela veio já com o troco e fomos embora. Acho que ficamos nessa confusão uns 15 minutos!!!!
4o – Não falar francês. Em Paris, nos principais pontos turísticos e até mesmo na rua, as pessoas falam ou arranham o inglês, mas no Vale do Loire é mais difícil, principalmente em restaurantes menores nas cidades do Vale. A sorte é que todos foram MUITO simpáticos e acabamos nos entendendo de alguma forma.
O que fazer
São muitos os castelos no Vale do Loire.
Como ficamos somente 1 dia e meio na região, meus critérios de escolha foram proximidade e história.
Château de Chenonceau – Também conhecido como “Castelo das Damas”.
Foi edificado por Katherine Briçonnet, no início do século 16. Anos mais tarde, Diana de Poitiers, amante do rei Henrique II, foi quem desfrutou da propriedade. Com a morte do monarca, a rainha Catarina de Médicis despejou Diana.
O local é imenso. Possui área para pic-nic e restaurantes. Quem quiser, pode também alugar um barquinho e remar pela propriedade.
Como fomos em julho, resolvemos chegar bem cedo para evitar multidões.
Castelo de Amboise – 7 minutos a pé do nosso hotel. Por esse motivo, fui visitá-lo a tarde. Assim, poderíamos ver tudo com calma. O castelo fica bem no centro de Amboise.
Antes de passar para a coroa em 1434, o castelo pertencia, há mais de quatro séculos, à poderosa família Amboise. Durante o Renascimento, serviu de residência a vários reis franceses. O filho de Luís XI, Carlos VIII, aprecia a brandura da província de Touraine onde foi educado, tornando o castelo na sua residência de predileção. Apaixonado pela cultura italiana, convida vários artistas italianos que irão transformar totalmente o castelo em estilo renascentista…
…Luís XII convidou Leonardo da Vinci a passar uma temporada em Clos Lucé, nas imediações dos aposentos reais.
(fonte: http://www.france.fr/pt/arte-e-cultura/castelo-de-amboise.html)
Comprei os ingressos para os dois castelos acima no próprio site dos castelos. Evita filas, principalmente no verão!
Palacete de Clos Lucé – Castelo do século XV, onde Leonardo da Vinci passou seus três últimos anos de vida. A propriedade conta com um pequeno museu com maquetes sobre suas principais invenções.
Quando fomos, o jardim do castelo estava repleto de réplicas das invenções de Leonardo, muitas inclusive, para tocarmos e experimentarmos como funcionavam.
Para essa visita, não compramos com antecedência e não tivemos problema.
Château de Chambord – Esse castelo fica a 50 minutos de carro de Amboise. Aproveitamos o dia que iríamos embora e passamos por lá. Além do castelo, o espaço externo conta com vários restaurantes, adega e lojinhas.
A residência de caça escolhida por Francisco I em 1519 transforma-se rapidamente numa gigantesca e ambiciosa criação arquitetural, uma nova “maravilha do mundo” destinada a imortalizar o seu construtor, Francisco I, o “príncipe arquiteto”…
…O gigantismo de Chambord, que ultrapassa qualquer escala humana, é impressionante, tal como esta alquimia de formas e estruturas em que nada é deixado ao acaso. O Castelo de Chambord tem uma silhueta única, com a sua fachada de 156 metros, 426 salas, 77 escadarias, 282 chaminés e 800 capitéis esculpidos.
(fonte: http://www.france.fr/pt/locais-e-monumentos/castelo-de-chambord.html)
Onde comer
Restaurant Le 36 – O ambiente é sofisticado. Comida francesa de qualidade e muito saborosa. Atendimento muito sério (alguns podem confundir com antipatia). A vista para o rio Loire é linda. Quando for reservar, peça uma mesa na janela.
L’Ancree des Artistes – Apesar de não ter o cardápio em inglês e as pessoas que nos atenderam não falarem inglês fluente, foi um dos melhores atendimentos que tivemos na França. O moço que nos atendeu fez questão de explicar todo o cardápio. Fez um prato específico para o meu enteado (carne com batatas que não estava no cardápio) e foi super atencioso. O charme do lugar é sentar na única mesinha externa e apreciar um vinho rosé. Os crepes são muito bons.
Esse restaurante fica na Rue Nationale, 35.
La Cene – Pertinho do hotel que ficamos, esse restaurante/pizzaria tem um clima bem família. É pequeno mas com coração grande. Todos muito simpáticos e apesar de não falarem fluente o inglês, conseguimos nos entender. A pizza e o calzone estavam muito bons!
Esse restaurante fica na Rue Rabelais, 52.
Onde ficar
Durante minhas pesquisas pré-viagem, muitos escolhem Amboise, Blois ou Tours como cidade base para conhecer o Vale do Loire.
Como disse antes, escolhemos Amboise.
Ficamos no Le Clos d’Amboise – Ocupamos os quartos “3” (dentro do prédio principal) e o “12” (quarto externo logo na entrada da propriedade). O 3 tinha uma decoração linda com mesinha para café e um banheiro com um bom espaço. O 12 era adaptável para deficiente físico o que rendeu um banheiro bem mais espaçoso do que o 3. Porém, ambos os quartos muito bons. Todos os funcionários foram muito atenciosos e educados. A área externa é uma delícia para terminar o dia com uma refeição ou uma taça de vinho. Tem salas de convívio com uma decoração bem peculiar e jogos – ótimo espaço para relaxar.
Vi vários depoimentos onde as pessoas fazem bate-e-volta de Paris. Além de achar muito pesado, afinal são 2 horas para ir mais 2 horas para voltar, a região é bem romântica. Vale curtir um entardecer em alguma cidade pequenina do Vale do Loire ou em um belo restaurante de frente para o Rio Loire.
Tem o charme dos cafés e restaurantes dos castelos também. Depois da visita, sentar e curtir com calma um café, um vinho rosé (famoso nessa região) ou um crepe, faz parte da experiência!!!
Au Revoir!!!